segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Interior. Érick Freire

1 comentários
Correndo pela manhã
Matutando à tarde.

Ô vidinha boa demais da conta...

Silêncio incomum que a vida da cidade não tem
Pedacinho de chão ardente durante o dia
Frio de quebrar dentes à noite...

Ô vidinha boa demais da conta...

Correndo na praça e no meio da rua
Cheirinho de mato e pé no chão duro
Até escuto um barulho que não é de gente
É o barulho do vento, vento molhado pelo orvalho...
Cedinho acordo

Ô vidinha boa demais da conta...

Cheiro de vento, água Color
Água tem cor? Tem cheiro o vento?
É. No interior até o tempo tem metro,
Quanto mais cor da água
Muito mais cheiro de vento

Ô vidinha boa demais da conta...

Tranquilidade é seu nome
Qualidade é sua vida
À tardinha tem a suavidade da brisa
Gente na calçada jogando conversa fora
A vida trivial é melhor que a vida do importante
Ela passa igual, mas no final é feliz o viajante
Porque jogar conversa fora não é perder tempo
É ganhar na vida aquilo que não se tem quando o dinheiro cega até o que tá debaixo do nariz
Do rico prepotente que se acha dono do mundo
Ô bichinho besta que não conhece o trivial
Vagabundo é o dia que corre sem esperar ninguém
Quando passa... No amanhã outra vez tem

Ô vidinha boa demais da conta...

E na boca da noite se reúne aquela gente
Gente boba na boca do intelectual
Mas na realidade são grandes filósofos da vida
Porque quando tudo termina dizem que no interior é assim.


“Ô vidinha boa demais da conta que não sai de dentro de mim”.

Érick Freire
Escritor e pedagogo

One Response so far.

  1. Este é uma homenagem a cidadezinha de Santana do Seridó (Serit)

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