Era uma vez uma linda ilha florestal
com muitos animais exóticos,
Todos viviam felizes e cada um era
responsável por sua parte na cadeia alimentar e pela procriação da
espécie.
Haviam gaivotas que de tempos em tempos
estavam indo ao mar fazer suas caças, pescavam com precisão lindos
e saborosos peixes. Além disso de tempos em tempos elas levavam seus
filhotes e os guiavam ao primeiro voo.
Dentre uma nova ninhada de gaivotas
nasceu uma diferente das outras, meio rosada, com o bico menor e
muito frágil. Após crescer a gaivota rosa não conseguia pescar
nada, todas as suas tentativas foram fracassadas, por isso ela criou
uma ideia para poder não morrer de fome. Falou que tinha um poder
especial e só poderia dividir com os outros se eles a dessem peixes
frescos para comer, com o tempo ela se tornou uma líder de um
pequeno grupo de gaivotas.
Por ela ter limites começou a pôr nas
mentes das outras gaivotas que elas seriam felizes se como ela não
se relacionassem com gaivotas macho, que elas poderiam ser felizes se
enamorassem uma a outra sem precisar de uma gaivota do sexo oposto.
Com o tempo muitas gaivotas começaram
a ver que essa ideia era legal e começaram a fazer o mesmo,
inclusive as gaivotas macho.
Aos poucos, naquela ilha, o número de
gaivotas foi diminuindo, o cardume dos peixes aumentando ao ponto de
o mar ficar infestado deles. As próprias gaivotas foram parando o
costume de levar seus pequenos filhotes para aprender o voo, pois o
número de natalidade das gaivotas caíra bastante. Elas não
conseguiam se reproduzir, mas como não tinham consciência disso,
pois eram animais, entraram em ameaça de extinção. Em menos de dez anos se viam poucas gaivotas
sobrevoando aquela ilha e muitos peixes pulando no mar. Os peixes
eram tantos que muitos “suicidavam-se” na areia por não haver
mais nenhum espaço para nadar e viver no mar. Os peixes queriam
liberdade, mas muitos deles achavam a morte na praia.
A gaivota rosa e ordinária envelheceu,
tornou-se a rainha de todas as gaivotas e seu governo se tornou o
desastre e a destruição de todas as gaivotas daquela ilha perdida
há muito tempo. E esta foi a primeira e última dinastia das
gaivotas cor-de-rosa.
Érick Freire
Pedagogo e escritor